Lucas e Tavares, da Fresno, foram na MTV para participar do programa 15 Minutos, com o Adnet. A gente aproveitou para perguntar algumas coisas sobres os projetos dos músicos. Confira a entrevista!
Para começar, como foi esse clipe com o Biquini Cavadão?
Lucas - Na verdade, começou gravando uma música. O Coelho, que compõe várias músicas com eles, que é o guitarrista, me chamou. A gente se conheceu em festivais e aí ele me ligou um dia e falou 'pô, vamos fazer uma música, eu gosto do jeito que você escreve'. Aí, a gente se reuniu uma vez na minha casa e saiu essa música, assim bem rápido. A gente ficou até um tempo sem se falar, aí ele disse que tinha gravado e me chamou para gravar a voz também. Eu disse 'Claro! Adoraria inclusive'. Porque afinal de contas o Biquíni Cavadão faz parte de uma época com a qual a gente não tem contato, a gente não é amigo dos Engenheiros, dos remanescentes do Legião Urbana... São bandas que a gente não tem uma relação próxima, sabe? Paralamas e tal... Porque a gente acaba não cruzando muito na estrada.
Então, para mim, foi uma copisa incrível, uma banda dessa época que ainda está na ativa e faz sucesso perceber alguma coisa na gente e querer fazer uma música junto. A gente fez e daí saiu o clipe que fiz com eles e foi dirigido pelo próprio Coelho. Está sendo bem massa a recepção, bem polêmica, mas uma polêmica boa, sabe? As pessoas não conseguem conceber as duas coisas juntas. Na verdade, o roqueiro não envelhece, né? Conheço cara de 65 anos que é mais roqueiro que a gente. Então, não existe aquela coisa do cara velhão que veio falar comigo, a gente sai junto, bebe, faz festa, faz um som... Isso é meio para mostrar que não existe muita barreira entre as bandas.
E vocês pensam em outras parcerias desse tipo, seja na Fresno ou em seus projetos paralelos?
Tavares - Cara, eu acho o negócio da parceria muito legal, sempre. E tanto a gente procurando alguém como alguém procurando a gente... Estamos sempre dispostos a fazer isso e é uma coisa que engrandece o cara como profissional. O Lucas já tem coisa gravada com Chitãozinho e Xororó, fez a música com o Biquini Cavadão, enfim, saca? Acho que a gente trabalha para isso, gosta de fazer isso e é uma honra para o cara. Eu me lembro de ver o Biquini Cavadão tocando para 50 mil pessoas quando eu tinha 10 anos de idade. E hoje os caras estão gravando. É uma proximidade que eu não esperava, então, quanto mais trabalho para a gente, melhor. Eu fiz música pro Gloria, estou com uma parceria agora com o Nenhum de Nós, a gente não para e não quer parar. É o que a gente gosta de fazer.
Como é essa parceria com o Nenhum de Nós?
Tavares - Começou uma coisa pelo Twitter, que eu nem sabia se era ele ou não era. Eles começaram a mandar letras e eu comecei a mandar demos para eles e então foi para o repertório do disco novo deles e eu já fiz três músicas, eles participaram do meu show em Porto Alegre... É uma coisa saudável, sempre fui muito fã do Nenhum de Nós. Até por essa proximidade que o gaúcho tem com o Nenhum de Nós. Então, às vezes nem acredito que estou fazendo coisa com os caras, sabe? Porque muitas vezes fui pra shows deles, paguei pra ver, e hoje os caras te ligam e falam 'ah! faz uma música aí'. É uma coisa que tu espera muito tempo para acontecer e quando acontece tu... 'wow!'.
E vocês vão lançar agora o disco novo da Fresno...
Lucas - Na verdade, a gente vai lançar o primeiro single do disco em maio e o álbum vai ser mais para o meio do ano. Mas está terminando a gravação, estamos fazendo voz...
Qual vai ser o primeiro single?
Lucas - Não está 100% decidido, mas provavelmente vai ser uma música que se chama 'Deixa o Tempo'. A coisa mais difícil para mim é achar um primeiro single que vai representar para a maioria das pessoas o que é o disco.
Tavares - Mas desta vez, a música começou a ser feita um bilhão de vezes e foi refeita mais um bilhão de vezes. Acho que é a música que mais se mexeu desde que começou a ser feito o disco. Começou de um jeito, depois a gente fez outra música... É um Frankstein, mas eu estou feliz com este single. Porque além de ser uma coisa que foi trabalhada um bilhão de vezes até ficar muito bom, a gente está começando com o single que a gente realmente gostaria de começar o disco, então estou bem tranquilo.
Lucas - Na verdade, o disco está saindo bem diferente do "Redenção". Para quem conhece a Fresno, não vai ser um choque muito grande. às vezes, um cara que é mais roqueiro vai achar a notícia boa, porque ele tem mais riff, mais guitarra, está mais pesado... Mas para quem é fã de tudo que a gente faz, não tem só a parte mais pesada, existe uma parte dele que é mais melancólica, tem até um sentimento que a gente nunca usou em música, como a raiva... Tudo que a gente escreve é o que a gente sente. Então, a gente está botando tudo nesse disco para fazer realmente uma coisa que supere o "Redenção", não só em vendas, e sim na recepção das pessoas, de elas perceberem de fora que os caras melhoraram e seguem melhorando.
Por que o fã de Fresno vai gostar de seus projetos solos?
Lucas - Na verdade, o fã de Fresno também é fã da gente individualmente, sabe? Então, se o Tavares for lá e lançou um negócio que não é Fresno, a chance do cara que é fã da banda gostar é muito grande.
Tavares - Porque mesmo sendo uma roupagem diferente, os compositores são os mesmos. Quem gosta do som do Lucas, gosta do meu som e já conhece outras coisas... É a mesma coisa para mim. Um grande ídolo meu é o Humbeto Gessinger, se ele lançar um projeto em que vá tocar gaita, eu vou achar legal! Porque eu já estou acostumado com a linha de composição dele e gosto do jeito que ele faz aquilo. E eu acho que o nosso lance, por mais diferente que seja, a gente curte as mesmas pessoas. Então tem coisa que só a gente sabe passar daquele jeito e que a gente já conhece como funciona o público e tal.
Lucas - E no Beeshop, por ser em inglês, é até uma mensagem mais difícil de passar, porque eu até imagino que têm fãs que falam 'ba, não. Prefiro Fresno'... Mas é uma música que eu faço sem compromisso. Realmente o disco é pop, tudo bem, mas não é uma coisa que eu fiz pensando no que é radiofônico, mesmo porque é difícil concorrer com a Fresno no rádio. Então, foi um disco que eu fiz do jeito que as músicas soaram na minha cabeça naquele dia. Foi uma coisa sem ensaio e tal, é muito natural.
Tavares - A gente também tem uma coisa nos projetos mais ou menos assim... Hoje em dia, a Fresno é uma mega corporação já, não é mais uma brincadeira. A gente vive disso. Então, fazer um disco da Fresno é uma coisa muito intensa, que envolve muita pressão. A gente está lidando com a nossa vida, nossa carreira. São quatro pessoas pensando. E nos projetos não. Ninguém vai enfartar lançando o disco do projeto solo, tem essa diferença.
Lucas - De alguma forma, você acaba jogando para fora uma coisa que estava presa dentro de ti e pra meia dúzia de pessoas. A gente se sente mais musicalmente realizado, porque é impossível realizar tudo que tu quer dentro da Fresno, senão todo mundo ia enlouquecer.
Tavares - E sempre sobra composição. Sobrou uma música da Fresno que ninguém queria, mas o Lucas queria. Cara, se não tivesse o Beeshop, provavelmente isso ai teria tomado um peso na vida dele, como teria tomado na minha, do mesmo jeito. Mas já virou uma música do Beeshop. Então, tem esse lance da válvula de escape.
Para finalizar, como foi receber este convite para participar do 15 Minutos?
Lucas - Desde a primeira vez que eu vi o Adnet, achei ele um cara muito engraçado. E ele viu na gente alguma coisa, porque ele sempre falou 'gosto de vocês' e tal. Então, é uma coisa muito feliz para a gente porque o ambiente que a gente vive é de muita piada e de brincadeiras quase 100% do tempo, então, para a gente, um convite desses não é nervosismo nenhum, super massa. É um programa que a gente já viu mil vezes e sabe que é muito engraçado. Pior seria se fosse um convite para fazer Zorra Total (risos).
Tavares - Somos fãs do Adnet, então não tem muito o que falar. Eu estou feliz pra caramba e é muito legal se ver no 15 Minutos, né, porque o 15 Minutos já virou lenda.
Clique aqui e veja diversos clipes da Fresno.
By:Maki
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